domingo, 27 de novembro de 2011

A origem dos contos não tão de fadas assim

                         

Olha só quem está voltando! É, depois de um longo tempo sem postagens, resolvi reativar o blog aos pouquinhos. Agora com muito mais tempo livre, e buscando mais coisas legais pra escrever aqui. Então para marcar a minha volta, trouxe um tema bastante polêmico e interessante de se discutir: Vocês sabem a origem dos contos de fada? Sim, aqueles que vemos desde pequenos, que começa com "Era uma vez..." e termina com "Felizes para sempre"! Bom, a origem deles não é tão feliz assim... Então dei uma pesquisada e resolvi trazer alguns aqui pra vocês. Lembrando que são histórias um tanto bizarras, então se preparem. 

A pequena sereia:
Há variações (como em todos os outros), mas numa delas, a bruxa do mar dá pernas à sereia - pois ela se apaixonara pelo príncipe -, mas com algumas condições: ela perderia sua voz, cada passo que desse sentiria como se estivesse pisando em facas e por último, se o príncipe não se casasse com ela, ela viraria espuma do mar. Tempos depois o príncipe se apaixona por uma princesa de outro reino e, no dia de seu casamento, as irmãs de Ariel lhe dão uma faca para que ela mate o príncipe e assim possa voltar a ter cauda. Sem coragem de fazer isso, a sereia deixa o príncipe viver feliz para sempre com outra e morre, virando espuma do mar. É um conto triste, porém até leve se comparado aos outros que estão por vir. 

Chapeuzinho vermelho:
Existem três versões um tanto interessantes que encontrei. 
Numa, após falar com o lobo mau e receber as falsas informações, ela é devorada pelo lobo. Não existe vovozinha nem caçador. O conto tenta passar a mensagem que nunca se deve confiar em estranhos.
Na segunda, a chapeuzinho faz uma Strip-tease para o lobo mau - que em algumas variações era na verdade um lobisomem ou um ogro -, afim de distraí-lo e fugir.
Na terceira - a mais bizarra -, o lobo estripa a vovozinha e obriga a chapeuzinho a jantá-la com ele. Esperta que ela é, diz ao lobo que precisa ir ao banheiro e foge.
Nas três versões citadas, o lobo se dá bem, de alguma forma.

João e Maria:
Numa versão muito bizarra, não existe uma bruxa má, e sim um casal de demônios. E o que eles querem não é comer João, e sim estripá-lo num cavalete de madeira. Quando o demônio sai, a demônio-fêmea (isso existe? rs) pede para João se deitar no cavalete com a ajuda de Maria. A menina diz não saber como fazê-lo e pede que a demônio-fêmea faça uma demonstração. Quando a dita cuja se deita, os meninos amarram-na e cortam-lhe a garganta. Então fogem com o dinheiro e com a carroça dos demônios. 

Cinderela:
É o conto que mais possui variações (cerca de 700). Encontrei duas mais interessantes - e claro, bizarras. A primeira inclusive eu já havia lido num livro dos Irmãos Grimm que tinha quando criança. 
Nessa primeira, quando o príncipe vai à casa da Cinderela, suas irmãs cortam um pedaço do calcanhar para que seus pés caibam no sapatinho de cristal. Dois pássaros amigos da mocinha vêem tudo, e mostram ao príncipe os pés das malvadas sangrando. Como castigo, os pássaros bicam as duas garotas, deixando-as cegas. Além de cegas e mancas, ainda passam a viver como mendigas, enquanto a Cinderela vive feliz para sempre em seu castelo.
Noutra versão bizarríssima, a Cinderela é filha de um rei viúvo - em algumas variações a própria Cinderela quem matou a mãe - que jurara nunca mais casar-se com outra mulher, a não ser que fosse tão linda e perfeita quanto sua esposa, além de ter cabelos cor-de-ouro e calçar os mesmos sapatos que a finada. A única a preencher tais requisitos é sua própria filha, e o rei então decide casar-se com ela! Como a moça não quer cometer tal incesto, acaba por fugir num armário de madeira e é encontrada "do outro lado do mundo", onde é escravizada por duas irmãs malvadas, e daí pra frente começa a história que todos conhecemos. 

Branca de neve e os sete anões:
Também encontrei duas versões super interessantes. Na primeira, o mais bizarro é o pedido da madrasta da Branca de neve, que não pede só o coração da menina ao caçador, mas também o pulmão, o fígado, e um jarro com todo seu sangue. E tudo isso para jantar a garota, literalmente.
Na outra versão, o príncipe a vê "adormecida" e resolve levá-la ao seu castelo, para que ela fique para sempre com ele (meigo, não?! O que ele faria com o corpo morto, vai-se saber). Os servos do príncipe carregavam o caixão de um lado a outro do castelo. Um dia, um dos servos se revolta e, pasmem, dá um surra na Branca de neve! Um desses golpes cai sobre o estômago da garota, que vomita a maçã envenenada e "ressuscita".  Outro detalhe estranhamente bizarro é que nessa versão a garota tinha apenas 7 anos! No fim deste conto, a madrasta má - em algumas versões tida como a própria mãe da branca de neve - é obrigada a calçar sapatos de ferro em brasa e dançar até morrer
Príncipes pedófilos e necrófilos, como isso é romântico, não é?! Li certa vez uma versão onde os anões abusavam da menina, mas não a encontrei e não me lembro dos detalhes, portanto não vou me aprofundar nela. 

A bela adormecida:
Essa sim, me deixou estarrecida. Não só pelas bizarrices, mas também por ser meu conto de fada favorito desde criança. E sim, é um dos mais fortes. São três as mais bizarras versões que encontrei.
Na primeira, não há roca onde ela espeta o dedo, e sim uma farpa encravada embaixo de sua unha; e seu príncipe não é tão encantado assim. Quando vai resgatá-la, o príncipe gosta do que vê, e resolve se aproveitar da bela adormecida, literalmente (outro necrófilo...). Nesse estupro, o príncipe a engravida. E volta durante esses nove meses para continuar aproveitando-se da bela grávida adormecida. Após os nove meses, ela dá à luz (adormecida!!), e os filhos gêmeos, em busca de leite, acabam chupando o dedo da mãe, retirando assim a farpa encravada e acordando-a. O príncipe, ao voltar e vê-la acordada, pede-a em casamento. Só que havia um problema: sua mãe era ogra! E uma ogra que comia criancinhas... Então ele espera que seu pai morra para se tornar rei e levar a princesa e seus filhos a seu castelo. Numa viagem que o agora rei faz, a mãe ogra resolve comer seus netos e também sua nora. Porém a bela acordada, com a ajuda do cozinheiro, esconde-se. Quando seu marido retorna e descobre, manda matar a própria mãe. 
Outra variação parecida é que na verdade é um rei que estupra-a, e sua esposa ogra tenta comer os filhos bastardos do rei, mas acaba por ser descoberta e queimada viva numa fogueira. 
Numa outra versão que encontrei certa vez é que quem a estupra é seu próprio pai. E quando acorda, se vê estuprada e mãe dos filhos do dito cujo. 

Bom, galera, esses são alguns dos mais importantes contos de fadas. Existem vários outros, caso queiram é só procurar. Acreditar ou não na veracidade dessas origens, fica a critério de cada um. Mas que é algo super intrigante, ah, isso é! Alguns podem dizer que é coisa subliminar da Disney pegar contos desse tipo e "mascará-los", mas pode ser apenas uma tentativa de fazer com que as pessoas acreditem em finais felizes. Muito ao contrário dos criadores (geralmente europeus) desses contos aí, diga-se de passagem. 
domingo, 11 de setembro de 2011

Para sempre, Princesa.

Nem ia postar hoje, ou talvez postasse algo sim... mas não vou postar o que eu teria planejado. Nessa madrugada perdi alguém que amo, alguém com quem passei anos e anos da minha vida... Para alguns pode parecer bobo sentir com a morte de um cachorro, mas quem tem entende. Então viso neste post uma singela homenagem a minha eterna Princesa.

Era uma tarde de outubro, o ano era 2003. Uma cachorrinha bem jovem mesmo andava pelas ruas da cidade de São Paulo, com seu corpo cheio de pulgas, carrapatos e uma patinha quebrada (algum motorista insensível havera atropelado...), aparentemente contentada com seu destino. Então, comovidas com a situação, uma mãe e suas duas filhas resolvem cuidar daquela pequena faminta e sofrida, para depois devolvê-la às ruas, mesmo que custasse... E assim fizeram: deram banho, alimentaram, e logo trataram de cuidar de sua pata ferida. As meninas pediam ao pai para que ele a deixasse ficar pelo menos até que se curasse, e o pai deixou. Enquanto isso, sua pata se curava e a família se apegava àquela doce criatura. Mais dias se passaram e, sem que percebessem, a cadela já se tornara membra da família! Recebeu por nome Princesa, e foi cuidada com todo amor e carinho que podia receber. 
Princesa crescia bastante alegre, aprontando bastante, comendo objetos da casa, inclusive aves... E apesar de ser tão levada, trazia consigo o dom de animar, divertir. Um tempo se passou e seus donos mudaram-se de volta para Salvador, levando-a junto na "bagagem", sem pestanejar. A cachorra animava-se, como sempre, todos os dias... a todos com quem vivia. 
Algum tempo depois, a tão alegre Princesa adoeceu. Contraiu uma doença grave e incurável... Sofrendo bastante com ela. Fez transfusão de sangue, melhorou muito, mas tempos depois tivera recaída. Seus donos faziam de tudo para não sacrificá-la, cuidando de todas as maneiras possíveis. Princesa lutava bravamente para sobreviver, bambeando entre a vida e a morte. Porém, após tanta luta, meses e meses resistindo, Princesa não aguentou mais lutar contra a doença e aceitou seu fim. Tivera sangramentos inestancáveis, e, numa madrugada, fechou os olhos para nunca mais abrir... Encerrando assim a vida de um ser tão lindo, tão perfeito... que deve estar ao lado do Senhor. 

Recebi a notícia quando ainda dormia, sob os olhos chorosos de minha mãe, que tanto a amou. Fiquei pensando na importância dos cachorros na vida do ser humano, apesar de já sabê-la. Quando perdemos é que percebemos o quanto aquele serzinho tão amoroso faz falta, o quanto um pouquinho de sua alegria já te ajuda a sorrir. Como já dizia o rapaz em 'Marley e eu', os cachorros não se importam se você é rico ou pobre, com o que você tem ou deixa de ter... Ofereça seu coração a ele, e ele dará o dele em troca. E é isso... Ainda sinto muito sua perda, e para sempre sentirei. Mas sei que sua alma está em algum lugar bonito, e que ela está bem. Só o que restarão são as lembranças, e elas sempre me farão sorrir. 

Para sempre, para todo o sempre, a minha Princesa
terça-feira, 6 de setembro de 2011

E-mails para Eric - o fim

Dois dias se passam. Dias esses inquietantes para Eric: o garoto não come direito, tampouco consegue sentir sono. Seu pensamento volta-se só e somente para Marie, de maneira desesperada. Apenas ele sabia o quão depressiva a menina era, e nem ele sabia o que ela poderia fazer quando ninguém estivesse ali para ampará-la! Treze minutos do novo dia se passaram e então Eric decidiu: iria para a Espanha em busca de Marie. Iria encontrá-la, não importasse como. Então saiu às pressas com pouca bagagem em direção ao aeroporto de Santa Catarina. Como não tinha dinheiro suficiente para a passagem e estadia lá, antes de chegar ao aeroporto passou na casa do pai (com o qual era brigado) e implorou por ajuda para encontrar Marie. O pai, comovido e emocionado, ajudou seu filho. Com o dinheiro em mãos, correu para o aeroporto, comprou a passagem e lá esperou o voo. Quando chegou a hora, Eric subiu apreensivo, só então se dando conta de que Madri é uma cidade imensa, e apesar de saber o bairro e rua, seu espanhol deixava bastante a desejar, o que dificultava muito as coisas. Porém, deixou evaporar as possíveis frustrações e embarcou. Acabada a viagem, tratou logo de pegar um táxi com o mapa de Madri em mãos e pedir para ser conduzido ao hotel mais próximo. Aproveitou para perguntar ao taxista onde ficava a tal rua Martínez Molina do tal bairro Los Rosales do tal distrito Villaverde; porém foi uma tentativa frustrada, pois o taxista não sabia informá-lo. Chegando ao hotel, hospedou-se e logo saiu, em busca de Marie. Horas se passaram até que ele encontrou um rapaz que estava indo justamente para aquele bairro. Caminharam juntos e ao chegar no bairro, Eric foi procurar a rua; o relógio já marcava 21 horas quando o garoto finalmente encontrou. Felicitou-se e começou a perguntar se alguém conhecia Marie, dando suas características; após um tempo, alguém reconheceu a garota e fez uma cara de piedade. Eric, ansioso, perguntou onde a menina estava, e a moça, hesitando, disse-lhe que Marie havia se suicidado. O menino descontrolou-se, não acreditando no que ouvira; desatou a chorar, gritando sua dor, gritando o nome de Marie. A moça o levou para sua casa, embora ele resistisse, e tentou acalmá-lo. Passaram-se mais algumas horas, quando, cansado e estupefato, Eric adormeceu. Acordou no dia seguinte, ainda incrédulo. A moça que havia lhe acolhido, Amélia, ofereceu-lhe café da manhã e pôs-se ao lado dele. Como falava português, Amélia conversou com Eric, contando-lhe que Marie não suportou o fato de o pai ter morrido e atirou-se da ponte do lago de onde morava. O garoto, entristecido, agradeceu a ajuda de Amélia e foi embora. Caminhou por entre as árvores, pensativo e desnorteado, até que chegou em um restaurante e parou para comer algo. Estava comendo, quando de repente avistou uma garota parecida com Marie, porém com a cor dos cabelos diferente; curioso, chegou mais perto, mais perto e... Surpreendeu-se: aquela era, sem dúvida, a sua Marie! Nervoso, chamou a garota e ela virou-se instantaneamente; quando viu que era Eric, desmaiou. Instantes depois ela acordou, e Eric perguntou o que havia acontecido, relatando o que Amélia lhe havia dito. A menina explicou que realmente se jogara, porém um rapaz a encontrou quando ainda estava com vida e amparou-a. Imensamente feliz, Eric beijou Marie, com lágrimas caindo descontroladamente dos olhos. Os dois ficaram ali por horas, enquanto a menina contava com detalhes o que havia acontecido em sua vida desde o dia que mandara aquele e-mail. 
Dias depois, voltaram para o Brasil. As feridas de Marie sararam, porém as cicatrizes ficaram. Cicatrizes essas que a menina carregaria para o resto da vida. Eric fez as pazes de vez com o pai, passando a visitá-lo com frequência. Os e-mails continuaram a ser trocados por Eric e Marie quando um dos dois viajava. Um tempo depois, casaram-se e viveram, enfim, felizes


observação: o intuito dessa história é mostrar que o amor de verdade ainda é capaz de vencer qualquer barreira. Sei que não é do meu feitio relatar finais felizes, porém, às vezes é necessário acreditar que eles existem. 
domingo, 14 de agosto de 2011

E-mails para Eric

Suponho que tenha intrigado algumas pessoas quanto à última postagem. Perguntas como: "Quem é Eric?", "Quem é Marie?", "De onde eles surgiram?" e por aí vai. Realmente, postei uma estória que advém de uma outra estória, portanto agora vou mostrar-lhes o início de tudo entre Eric e Marie. Espero que curtam, e divirtam-se com mais um conto!


                             


Marie era uma garota diferente de muitas da sua idade: não se importava com festas, namoro, roupas nem popularidade. O que ela gostava mesmo era de estudar, ouvir música e ficar em seu computador, conversando com os poucos - porém verdadeiros - amigos que tinha, e procurando sites legais. Olhando por aí, achou um site de músicas no estilo do myspace e resolveu adentrar a essa nova rede. Certo tempo depois, fez amizade com um rapaz chamado Eric, que morava numa cidadezinha de Santa Catarina, bem distante da garota, que morava na Espanha para completar os estudos. O garoto era bem parecido com ela, exceto pelo gosto de sair, e tinha apenas dois anos à sua frente (possuía 20 anos completos). Os pais de Marie eram separados, o que fazia a menina sofrer bastante, e os pais de Eric, apesar de juntos, brigavam e estavam a um passo da separação. Neste conflito familiar comum aos dois, um entendia perfeitamente o outro, e apoiavam-se como irmãos. Tudo que acontecia a Eric, ele comunicava à garota através de e-mails, e vice-versa; conquistas, sonhos, tristezas, agonias... absolutamente tudo. A menina era um tanto depressiva, tendo por vezes relatado crises existenciais a Eric; um dos motivos de crise era justamente o fato de não poder abraçar o seu melhor amigo, o seu amor, visto que moravam longe e não tinham condições de se encontrar. Eles combinaram de se encontrar no ano seguinte (Eric estava juntando dinheiro para vê-la na Espanha). Inesperadamente, o pai da garota sofre uma parada cardíaca e é levado às pressas ao hospital, ficando em estado gravíssimo. Marie, sem condições de relatar a situação a Eric, vai ao hospital e fica lá por dias. Eric preocupa-se com a amada, mas não tem como saber o que houve, apenas enchendo-a de e-mails desesperadamente. O pai de Marie após um mês falece, deixando-a completamente desnorteada. Quando isto ocorre, ela manda um e-mail a Eric (aquele relatado na postagem anterior) e decide ficar longe de tudo, isolando-se em seu quarto. Completamente entristecida, Marie entra em profunda depressão, cortando partes de seu corpo friamente, sem que ninguém  pudesse impedí-la. Eric desespera-se mais ainda ao ler o e-mail deixado por ela e continua enchendo a caixa de entrada da garota, sem êxito de resposta.

                             

Bom, pessoal, vou deixá-los um tanto curiosos com o final dessa estória... Se quiserem, podem opinar: O que vocês acham que Eric deve fazer? Procurar a garota na Espanha ou simplesmente deixá-la para trás?
O fim só postarei depois, aguardem...
domingo, 7 de agosto de 2011

Sobre as coisas que não se quer sentir

Salve, salve! Tem um bom tempo que não posto aqui, por motivos óbvios e já conhecidos por muitos. Ontem eu pretendia fazer uma postagem legal e bem elaborada, mas vi que o layout já estava enjoativo aqui no blog e que eu precisava trocar. Passei umas boas horas só testando temas, vendo o que mais se adequava ao blog, até que achei o que aí está; contudo, este lindo tema (pelo menos eu curti, e vocês?) estava cheio de coisas desnecessárias e necessitando de configurações pessoais. Enquanto estava só nos elementos e gadget estava ótimo, mas logo depois tive que mexer com html... quem tem blog sabe o quanto é chato e complicado manusear html. Mexi, remexi, consegui consertar alguns erros mas outros persistiram; o resultado foi esse aí que vocês viram: linkbar fail e uma parte da blog-pager mal configurada (aí é coisa do tema mesmo, porque o html já veio com a configuração errada), então considerem meu esforço. Enfim, como tudo isto ocorreu pra ocupar meu tempo, me resta pouco dele e vou transpor uma coisa que escrevi aqui.

                                          

Querido Eric, escrevo essas palavras impensadas e mal selecionadas meio sem querer. Perdoe-me por te mandar este e-mail a esta hora da noite, é que não pude aguentar! Perdoe-me de verdade, mas precisava desabafar contigo.

E o meu disfarce é óbvio. É minha maneira de esconder a dor, é a minha maneira de esconder quem realmente sou, o que realmente sinto; tudo parece desconexo e se eu parar pra desabafar a alguém, parecerei louca, não parecerei “eu”. O desespero da alma é tão grande que sinto que ninguém me conhece... por mais que eu tente ser sincera. A verdade é que por mais verdadeira que eu seja, jamais serei transparente! Não consigo vomitar minhas ânsias, minhas mágoas, meus sentimentos. O motivo de tanta reclusão é minha clara impotência, o fracasso de não conseguir pedir ajuda; doi demais gritar em silêncio, mas sempre sinto que não sou nem serei ouvida se gritar acima de 80 decibeis, em último caso. É estranho sentir tanta dor, tanto vazio e não conseguir dividir com alguém, como se isso tornasse tudo gélido e frágil. É estranho se machucar com alguém que ama e não ter coragem de admitir para o outro. É estranho querer alguém e fingir que não quer, até pra si mesmo. É estranho pensar que não precisa de ninguém, quando é exatamente o contrário. É estranho querer chorar e simplesmente forçar um riso. É estranho se sentir estranho em um lugar e mesmo assim permanecer nele. É estranho se sentir fraco demais e não bambear nem cair. É estranho... tudo é estranho. Eu sou estranha. Será que podes me salvar? Será que podes me livrar de mim mesma?
             Com amor e tristeza, Marie.
sábado, 16 de julho de 2011

Desabafos de uma adolescente do século XXI

"O mundo está ao contrário e ninguém reparou...": Totalmente verdade; concordo em gênero, número e grau. Esta passagem de Nando Reis me chama muito a atenção, por ser tão simples e tanto dizer acerca de nossas vidas atualmente. Se observarmos o mundo no qual estamos vivendo, apenas um pequeno grupo de pessoas (é, pasmem) diria que está indo de mal a pior; e desse pequeno grupo, apenas uma minúscula parte tenta fazer algo para mudar. O pensamento do restante é algo como: "Ora, se o mundo está como está, como poderia eu sozinho modificar isso? Vou ficar aqui, parado, sendo conivente com tudo o que estão fazendo. Nada além disso posso fazer". Garanto que este é o pensamento dessas pessoas, e talvez até o meu (seria hipocrisia não admitir, né?!). 
A pergunta que me faço é: Onde vamos parar? 
Não sei se alguém pode me responder.
É tanta maldade, egoísmo, ganância, soberba, futilidade, miséria, alienação, ignorância... Isso chega a me dar arrepio! E claro, me faz sentir repulsa do ser humano. Hoje a vida não é mais valorizada - afinal, estão matando pessoas com a facilidade com a qual se mata moscas -, as pessoas só se importam consigo mesmas, os cabelos e as maquiagens felicitam mais do que fazer o bem... Amor? Só se for o amor-próprio e o amor ao dinheiro! O mercado do futuro? Pornografia, álcool, drogas e cosméticos. E não falo de um futuro muito distante, não; este futuro já está bastante presente.
Que mundo é esse que mulheres que vendem o corpo ganham muito mais do que mulheres que têm um trabalho digno? Que mundo é esse que se admira mais mulheres cheias de silicone, botox e outras futilidades do que mulheres inteligentes e generosas? Que mundo é esse que só é justo com os ricos e impiedoso com os pobres? Me respondam, por favor, que mundo é esse??
A cada dia que passa se destroi mais o ser humano e o meio ambiente e se valoriza mais o dinheiro, o sexo e as drogas. Se vê maldade a todo tempo, e a tecnologia é a "esperança" de um mundo melhor... Trabalhar para quê, se as máquinas podem fazê-lo? Máquinas que tiram o trabalho de um pai de família para enriquecer ainda mais o estúpido e cruel dono delas. 
Novelas mostrando luxo, artistas se entupindo de drogas por não terem mais o que fazer consigo mesmas nem com o dinheiro, enquanto crianças se drogam nas ruas por falta de dinheiro, apenas para sobreviver. Enquanto a criança bonita e branca da novela sorri, a criança da favela chora. Enquanto uma adolescente classe média se desespera por não ir a uma balada, uma criança se desespera por estar apanhando de exploradores, ou por ter fome e nada para comer. Enquanto você assiste a um filme violento e ri, milhares de pessoas vivem a violência e choram. Enquanto uma mulher esbanja vestidos luxuosos que valem mais do que um pobre digno recebe em 1 ano (ou até mais!), uma mulher de rua busca roupas jogadas fora ou até mesmo lençois rasgados para se vestir. Pare e pense no quão desumano isso é. 
Isso sem falar no Big Brother Brasil e A Fazenda, né? Assistir ao BBB é ser feito de idiota, é não se dar conta de que quase todas as mulheres bonitas colocadas ali são para dar audiência e quando saírem posarão nuas, provando o "talento" que a Globo procura. Claro, é isso que atrai audiência, né? Polêmica, briga, mulheres semi-nuas, sexo, drogas, e outras coisas do tipo. 
No tal do A Fazenda o objetivo é quase o mesmo. Na edição 4 soube que participarão Bruna surfistinha e Valesca popozuda. Quer dizer, qual o objetivo de colocar duas mulheres que se sentem artistas (uma por ter escrito um livro sobre sua "doce" prostituição e a outra por ter uma voz ridícula e "cantar", incentivando mulher a trair, fazer sexo, etc e etc)? O objetivo é ganhar audiência, visto que, como eu já disse, é isso mesmo "que o povo gosta". Quanta ignorância, quanta inversão de valores.
Ah, e aquela nova novela "O astro"? Pode ter uma história muito boa, e eu não sei nem vou saber pois não pretendo assistir, mas de cara já provou que veio para mostrar pornografia mesmo. Já imaginava isso quando a puseram no horário das 23h, mas a pergunta que me faço é por que a Globo incentiva tanto isso, quando deveria frear... Eu já relatei que é porque dá audiência, mas ainda assim me custa acreditar que a apelação reina na mídia.
Se eu parar  para falar sobre todos os absurdos que estamos vivenciando, não sairia daqui. Mas creio que já consegui desabafar e expor meu ponto de vista. Agora vamos lá, refletir um pouco. Acho que este texto será inútil mesmo, mas não custa tentar, nem "vomitar" minhas verdades.
Um abraço, e até a próxima! 
sexta-feira, 1 de julho de 2011

A voz brilhante de Maddi Jane

É, pessoal, olha quem resolveu postar nesse primeiro dia do mês! hehe'
Passei uns três dias sem postar (eu acho) porque houveram uns contra-tempos: sempre que eu pensava em postar algo acontecia, ou então a conversa nos msn's ficava boa... E aí fui adiando. Tenho diversas coisas para dissertar, mas tudo aos poucos, não é mesmo? Vim para postar algo legal e um tanto polêmico, como disse no último post, e me deparo com um vídeo de uma garotinha chamada Maddi Jane. Tive que deixar o outro assunto um pouco de lado.
Uma menina havia postando um vídeo dela numa comunidade do orkut com a frase "A melhor voz que já ouvi em minha vida". Com uma declaração dessas, quem não ficaria curioso?! Como eu nem sou curiosa mentira deslavada, pus o vídeo para carregar e quando escutei me surpreendi: a voz dela é simplesmente divina! Escutei a tal música e vi outras nos vídeos relacionados, correndo para vê-los também; nos outros ela também canta perfeitamente, com uma afinação de dar inveja a qualquer um! Fui para a internet pesquisar sua idade e para minha surpresa essa abençoada tem apenas 12 anos, apesar da voz de "gente grande". Na internet se acham várias comparações entre ela e Rebecca Black (a menina do "Friday") e até entre ela e Justin Bieber; alguns colocam Maddi no auge e Rebecca no chão, e o mesmo com Justin. Tudo bem que Rebecca não canta bem e acabou sendo exposta ao ridículo, entretanto a mesma é muito jovem ainda e não merece ouvir nem ler tudo que disseram sobre ela. Mas tudo bem, nosso assunto não é esse, então deixa quieto, meu foco é no talento genial que essa menina tem. Para os curiosos demais - como eu - o site oficial dela encontra-se aqui.
Lá você poderá escolher em qual rede social quer visitá-la, e pode encontrar músicas, vídeos e informações adicionais sobre a garota. Na minha singela opinião, ela merece muitos elogios, e que sua carreira seja brilhante. Só espero que ela saiba lidar com tudo isso, já que é tão nova. Então é isso, estou na torcida por ela, e vocês? Seguem abaixo os dois vídeos que mais me deixaram arrepiada, realmente me encantaram. 

Rolling in the deep:


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domingo, 26 de junho de 2011

Denúncia - Abuso infantil explícito

Gente, ia fazer uma postagem hoje sobre um assunto um tanto polêmico, porém não muito importante, até que vi numa comunidade uma denúncia. E percebi que era urgente denunciar, divulgar para pedir que outras pessoas denunciem e tentar fazer justiça contra esse "ser humano (?)". O ocorrido foi que um monstro criou um blog cujo  objetivo é mostrá-lo abusando de crianças.É tudo muito nojento e explícito, só vê quem tiver sangue frio, ou coragem suficiente. Não consigo nem descrever o que senti vendo tudo aquilo! É uma monstruosidade imensa e sem fim, chega até a ser inacreditável. Isso traz à tona não só o abuso sexual infantil como também o ponto a que esses seres são capazes de chegar, demonstrando orgulho em mostrar a crueldade que fazem. Sinceramente, espero que ele pague por tudo o que fez a essa e provavelmente outras crianças. Peço urgentemente para quem tiver acesso ao blog que denuncie, e ajude a colocá-lo na cadeia, onde é seu lugar e ainda é pouco.Eu havia divulgado o endereço do blog há pouco tempo, mas descobri que não se deve divulgar pornografia infantil, mesmo com a intenção de denúncia, portanto retirei o mesmo. Situações como essa só mostram o quão algumas pessoas não merecem nem ao menos viver, e é algo que ainda choca a sociedade. Por ainda me encontrar num estado de choque, não vou me estender no assunto, quem sabe quando eu me recuperar. Obrigada a todos que denunciaram, isso é muito importante. Fiquem à vontade pra qualquer coisa.  Ah, é bom que reflitamos sobre esse assunto, visto que ele reabre portas já esquecidas por nós. Por hoje é só, e eu sinto muito por ter que colocar uma coisa tão cruel aqui.

Aventuras e histórias de São João

É, acho que o título da postagem já diz tudo. Vou contar um pouco do meu São João pra vocês, sem nenhum intuito muito especial senão o de "um pouco de conhecimento a mais" sobre mim. Divirtam-se - ou não, né.
23 de Junho, quinta-feira de manhã. Arrumo a mochila com ajuda de minha mãe, faço o necessário e saímos para uma viagem de quase três dias. No dia anterior tinha participado de uma torre (um evento evangélico que ocorre na casa de um dos irmãos) a pedido de um colega meu, dia em que meu pai, irmã e cunhado viajavam para Conceição de Feira. Não fui para não deixar minha mãe sozinha, sendo que ela temia deixar nossas cachorrinhas sozinhas. Por isso fomos para Mata de São João (tudo a ver com são joão, sacou? haha) ficar poucos dias, só para não passar em branco. Já de início tivemos que andar um pouco mais para pagar umas contas, então aproveitei para explorá-la e pedir chocolate pra viagem - acabei faturando refrigerante e batatas fritas também. Quando o ônibus de viagem chegou, já estava cheio e fui em pé, tendo que dar adeus ao passatempo da viagem leia música e lanches e me segurar; logo o ônibus ficou tão cheio que mal dava para se mover, mas eu estava tão tranquila que nem me incomodei. Chegando ao destino, o churrasco que minha prima havia prometido nem tinha começado! Fui logo comer alguma besteira e conversar; não estavam conseguindo colocar as carnes pra assar direito, foi um belo desastre, mas até que saiu tudo gostoso. Passei o resto da tarde comendo e assistindo qualquer coisa. Pela noite meu primo chegou lá bêbado me chamando para ir à festa da cidade com ele, já que ia ter show de Calcinha Preta; fiquei com receio, mas sabia que ele não me deixaria na mão, então me arrumei para ir. Chamamos os rapazes da moto táxi e fomos. Um pequeno grande detalhe é que os motoqueiros estavam sem capacete pra acompanhante, e como tava tendo blitz, tivemos que pegar um atalho cheio de buracos e terra... foi super emocionante, sério. Ao chegar na festa, tivemos que esperar o marido de minha prima chegar; enquanto isso, meu primo resolveu se meter em briga alheia e ficou xingando os guardas municipais... E eu lá tendo que aguentar "o peso da bebida" e não deixá-lo brigar, empurrando ele pra dentro da festa logo. Foi engraçado, confesso. Quando finalmente entramos a banda não tinha começado a tocar, e fomos beber alguma coisa. Meu primo me ofereceu um tal de "daikiri", e realmente era uma bebida bem gostosa. Bebi pra tentar me animar, e consegui! - por uns dez minutos. A banda começou e o povo se animou; fomos para mais perto do palco e foi aí que virei um iôiô: meu primo me puxava pra dançar numa música, o marido de minha prima me puxava noutra. Acabado meu lapso de ânimo, comecei a sentir um sono fortíssimo; passeamos pelo show e eu me sentia tonta vendo tanta gente, quase fechando os olhos - sensação emocionante, pode crer. Como os meninos não queriam ir embora, meu primo mandou um amigo me levar de moto pra casa; fui praticamente dormindo, e ele em alta velocidade, até que para aumentar meu sofrimento começou a chover. Os pingos d'água pareciam pedras caindo em meu rosto, e ah, doía... Mas foi por pouco tempo. Entrei, fiz o que tinha que fazer e dormi; muriçocas me atacavam, o frio me atacava com vigor maior, mas eu resisti. No dia seguinte só o que fiz foi comer. Comer e dormir. Comer, dormir e assistir. Foi um dia de paz, onde pensei bastante no blog, nos estudos, na vida... Me senti - e sinto - tão desligada de diversão... Ando me divertindo com coisas simples, não ando anseando festas, agito, pelo contrário; quero tranquilidade, quero conhecimento, quero escrever. Pensei em mil coisas pra postar por aqui, estou cheia de projetos e planos que vou tentando pôr em prática aos poucos. Enfim... uma coisa muito legal é que descobri só agora que um dos meus seriados favoritos - Gossip Girl - está passando no canal glitz. De noite meu primo me chamou pra ir à festa de novo, mas dessa vez não quis ir mesmo, ia acontecer o mesmo que no dia anterior... Então comi mais coisas juninas e assisti com as mulheres. Assisti lá pras 23h um filme bobo com Kristen e o carinha que fez o filme do "Facebook", cujo nome esqueci; o filme chama-se "Férias frustradas de verão" e fala somente em sexo e drogas, sem ter nada a acrescentar na vida de alguém.  No sábado estava tudo preparado para vir embora; mais conversa, mais comida, mais risadas... Até dar o horário de vir embora. A cidade estava bastante vazia, o trânsito livre, tudo lindo. Ao chegar em casa vimos que as cachorras estavam super bem - o que foi uma alegria bem grande - e então eu me toquei: o São João havia acabado. Só o que restou foram as lembranças desses dias tão legais (pra mim, pelo menos), e a paz de estar em casa outra vez.
terça-feira, 21 de junho de 2011

Chá, biscoitos & poesia

Era uma tarde de novembro. Charles fora a um café próximo de sua casa para escrever e refletir um pouco sobre sua vida. No trajeto, acendeu um cigarro e comprou um jornal do dia. Ao entrar no café, pediu seu chá com biscoitos de sempre e sentou-se; só então observou a moça que estava sentada à mesa ao lado: estava lendo um romance com lágrimas nos olhos, bebericando chá e comendo biscoitos. Aquela cena chamou a atenção de Charles, e ele então chamou-a para sentar-se ao seu lado. A moça, surpresa, aceitou o convite. Os dois engataram uma conversa divertida, pois perceberam que só o que tinham comum era o gosto pelo chá, pelos biscoitos e pela escrita. Ambos costumavam escrever apenas daquela forma, mas nem mesmo sabiam se era só costume ou lhes evocava inspiração. Charles era o típico rapaz de classe média-alta, que não se importava em trabalhar, estudar, pois tinha uma vida sustentada pelos pais e por seus vícios; seu lema era: sexo, drogas & rock'n roll. Já Lorrane era a típica menina boazinha de classe média-baixa: super romântica, comportada, solidária e séria. Ou seja, aqueles dois indivíduos tão apaixonados pela escrita divergiam completamente em todo o resto: gosto musical, lugares (exceto aquele café), influências, estilo de vida e tudo o mais. Entretanto, o mais incrível é que a conversa dos dois fluiu excepcionalmente bem, tanto que se passaram horas e eles nem perceberam. Riam muito, apontavam os defeitos do outro e até esqueceram do propósito de estarem ali: escrever. Lorrane questionava os gostos de Charles; perguntava porque ele bebia tanto, porque gostava de transar com desconhecidas, porque se drogava e porque não levava nada a sério. Para ela, não fazia sentido nada daquilo, pois são vícios auto destrutivos.
- Pra que levar a vida tão a sério? O que se leva dessa vida é a vida que se leva. Eu posso morrer quando sair daqui, sem ter me divertido nem um pouco, Ane! - rebatia Charles.
- Isso é verdade. - sorria Lorrane.
Em contraponto, ele questionava o porquê de ela agir tão certinho, esperar "o cara certo" pra transar, querer ajudar todo mundo sem visar retorno, ser tão idealista sobre o mundo.
- Tudo deve ser feito em prol do outro. Não gosto de ser individualista quando posso levar alegria a algumas pessoas... Quanto ao cara certo, não pretendo ser chamada de prostituta por ninguém. - respondeu Lorrane.
A conversa se seguia, e ele a olhava com um brilho intenso, admirava-a, encantado. O mesmo acontecia com ela: admirava-o enebriada, apaixonada. Depois de um bom tempo de conversa, Lorrane teve que ir embora. Charles queria acompanhá-la, mas a menina estava atrasada para o encontro com as crianças carentes e saiu correndo, sem deixar nenhum modo de contato.
No dia seguinte, a menina foi ao mesmo café tentar desculpar-se com Charles, mas não o encontrou. Ficou sem saber o que fazer, então resolveu tentar no outro dia. Fora uns cinco dias seguidos tentar encontrá-lo, sem sucesso, então ela desistiu. Sete anos se passaram, Lorrane já tinha 25 anos e Charles, 27.
Até que encontraram-se num outro café,  praticamente irreconhecíveis um para o outro. Lorrane, a garota certinha de sete anos atrás, vestia uma jaqueta de couro, tinha piercings pelo corpo, algumas tatuagens e um estilo bem "punk".  Já Charles, o inconsequente dos mesmos sete anos atrás, vestia camisa social, estava barbeado e perfumado, com aparência de um típico "mauricinho". O espanto dos dois não foi pequeno, e pode-se imaginar o motivo. Boquiabertos, eles se abraçaram e indagaram, atônitos: - Mas o que houve com você??
Então sentaram-se e quando  o garçom veio, pediram o mesmo chá com biscoitos - o que significava que ao menos algo ali não mudara. Enquanto o pedido não vinha, Lorrane começou a se explicar:
- Charles, eu realmente segui seus conselhos. Mudei bastante, é verdade... Percebi que precisava aproveitar a vida, pois estava me dedicando a todos, menos a mim mesma! Ah, e por onde você andou nesses últimos anos? Te procurei no dia seguinte àquele, para me desculpar pela pressa, mas não te encontrei mais...
- Já comigo aconteceu o contrário. Parei de ir àquele café porque suas palavras me tocaram. Percebi que eu precisava parar de me importar apenas comigo, e comecei a me envolver com ONG's, trabalhos comunitários, além de mudar completamente meu gosto musical, meu estilo de roupas e meu estilo de vida. Larguei as drogas, a vida sexual banalizada e passei a ouvir mpb.
- Uau! Incrível, nem posso acreditar! Parou de escrever?
- Não, isso nunca! E você?
- Também não... Ao menos nossos três gostos em comum permaneceram intactos!
Antes de continuar a conversa, eles trocaram números de telefone, para que nunca mais perdessem o contato outra vez. Então os agora adultos conversaram por mais horas e horas, como da última vez... Foram risos, críticas bem humoradas, e toda aquela magia de sempre, que os conectava de forma surreal. E eles continuaram a se encontrar nos dias que se seguiram, conversando, escrevendo e trocando farpas de brincadeira.
Ele a olhava com o mesmo encanto de sete anos atrás. Ela o olhava com o mesmo encanto de sete anos atrás. Era engraçado perceber que ele não a amou anos atrás por ela ser politicamente correta, visto que a amava mesmo como uma punk; e tampouco ela o amou por ele ser um maluco inconsequente, visto que agora ela o admirava tanto quanto antes, mesmo ele sendo "certinho". O que, então, conectava tão fortemente aqueles dois? Seria o chá, os biscoitos e a poesia? E mais... Até quando eles seriam tão opostos, tão "positivo e negativo"? São mistérios que talvez nunca se desvendem. Eles brincavam, brigavam, não tinham quase nada a ver. Mas se amaram, mas se amavam. Ah, que sentimento..! São formas de amor, são formas de amar.
sábado, 4 de junho de 2011

Legalização da maconha - dizer "sim" ou "não"?

Bom, como prometido, cá estou eu para falar um pouco sobre esse assunto tão polêmico e amplo.
A maconha é uma droga psicoativa derivada da planta Cannabis, conhecida também como marijuana. É bastante utilizada pelos rastafaris (por tradição e religião), mas vem ganhando espaço cada vez mais significativo entre os jovens - e esse é o ponto preocupante. Muito se discute acerca do assunto, e a partir daí começaram a circular informações equivocadas e/ou utópicas para defender seu uso.

"Com a legalização da maconha, o tráfico iria diminuir, visto que não se faria necessário comprá-la nas mãos de traficantes": essa é uma frase que sempre ouço em meio a essas discussões, e a mesma mostra-se completamente errônea. O tráfico de drogas existe e é realmente vigente o número de compradores da maconha; porém, se o traficante não vender a maconha, ele vai continuar vendendo TODAS as outras drogas, então se queremos acabar com o tráfico assim, só liberando todas essas, de fato.

"A violência iria diminuir, porque os usuários não deveriam mais aos traficantes, e consequentemente, haveria menos mortes": afirmação que vai pela mesma vertente. Enquanto houver droga ilícita, haverá tráfico.

"Álcool e cigarro são drogas piores do que a maconha": sim, já foi comprovado que os efeitos causados pelo álcool e cigarro são mais devastadores. Ok, mas não estamos falando apenas de efeito momentâneo, e sim de efeito gradativo - imagina-se que, legalizando, se faça uso da droga rotineiramente, e não apenas "de vez em quando". O álcool deixa a pessoa fora de si enquanto age (excluindo casos de dependência); o cigarro causa câncer pulmonar; e a maconha? Claro que usando-a frequentemente ela traz efeitos irreversíveis! Ontem mesmo eu estava assitindo à novela "O clone" e Lobato (Osmar Prado), ex-dependente da droga na novela, afirma que o uso da maconha é preocupante sim, pois a mesma desconstroi aos poucos a personalidade do usuário. Isso me lembrou um vídeo que vi uma vez de um rapaz apelando para o não-uso da droga, pois o mesmo afirmava que sua amiga que era inteligentíssima, por aumentar a frequência de utilização da droga, passou a mostrar-se dispersa e perdeu toda a sua essência, a sua personalidade.
Então, por que defender algo que destroi gradativamente as pessoas?

"Com a liberação, as pessoas perderão a vontade de utilizar a droga": isso pra mim não passa de um mito, e faria efeito contrário! Tudo bem que a juventude é movida pela curiosidade do proibido, mas com a liberação, pessoas 'politicamente corretas', que têm medo das consequências do proibido, não terão nenhum peso na consciência, visto que ninguém poderá condená-las. É só ir um pouco mais além: liberando a droga, vai ter usuário a torto e a direito, e não é muito difícil  imaginar que crianças inocentes, que nada sabem sobre isso, irão acabar por utilizar a droga; mesmo que muitas já utilizem por motivos diversos, com toda certeza esse número iria crescer. Ah, e aquele argumento de que só se manteria usuário quem realmente gostasse é completamente equivocado também. Cara, a maconha torna-se um vício! Logo, sendo liberada muitos começarão a fazer uso rotineiro!

"A maconha é uma erva natural. Que mal faria, sendo assim?": Ok, erva natural. E quantas ervas naturais que trazem efeitos venenosos e até mortais nós temos? Sendo assim, vamos relaxar com chás venenosos e morrer, Deus não castiga porque é natural. Faça-me o favor, né, argumento muito fraco esse. Por mais que seja uma planta, seus efeitos no organismo são fortes e desestruturantes, então não se faz correto o uso.

"O governo gastaria menos com fiscalização do consumo e do tráfico": nem vou discutir muito aqui, porque já está claro que é o mesmo que dizer que a violência diminuiria. Vi até algum cidadão comentar que o governo poderia investir mais em outras coisas, se não investisse no combate às drogas. Acho que esse indivíduo não sabe que o governo tem muito dinheiro, mas investe em seus próprios interesses.

Pesquisando um pouco, descobri que passaram a tornar a maconha ilícita pelo preconceito contra negros, mexicanos, árabes e chineses, no século XX. Seria válido para mim se eu não soubesse que a sociedade quer afundar o indivíduo. Ora, uma sociedade que permite o uso do certos entorpecentes sabendo o mal que causam (não só ao indivíduo, como a outros também), não quer de fato o bem geral. De toda forma, chega a ser ridículo o argumento "ou libera tudo ou não libera nada". Se está assim, deixa assim. Melhor estagnar do que piorar, já que não se busca consertar.

Se na Holanda, por exemplo, seu uso é legal, é porque as pessoas lá devem ser conscientes, coisa que os brasileiros NÃO são. Logo, não queiramos comparar a estrutura psicológica e educacional existentes nos países que a mantêm legalizada. Para concluir, deixo claro que sou contra a utilização da maconha seja em qualquer parte do mundo ou sob qualquer circunstância, principalmente no nosso país. Temos sim livre arbítrio, podemos sim fazer nossas próprias escolhas, mas não quando estas podem trazer consequências irreversíveis para outra pessoa.
domingo, 3 de abril de 2011

About... Pause break e carta do Kurt Cobain

Então, feita mais uma postagem depois de um longo período de tempo sem postar nada. O 3° ano realmente está corrido, e existem outros fatores que me impedem de estar constantemente postando. O conto abaixo eu considerei um pouco pesado, então quem não curte contos de suicídio eu não recomendo que leia, até porque me baseei num fato real. Postei a pedidos, do Andrézinho mt meu e do Marco bobo limd s2
Pretendo regular minhas postagens, porém vai levar um tempinho até que eu possa me adaptar com a nova rotina de estudar todos os dias, etc e tal. Mas hein, que saudade eu estava de escrever aqui *-*
Bom, como eu disse, o conto "Esquecido pela própria morte" foi baseado num fato real, que foi a carta do Kurt Cobain; ele a escreveu pouco antes de se suicidar. Pode ser realmente chocante, mas eu achei também interessante, então para os interessados, segue a carta do Kurt:

"Falando como um simplório experiente que obviamente preferiria ser um efeminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender. Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras. Há muitos anos eu não venho sentindo excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ao ler ou escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras. Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes se apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afeta do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, se deliciar com o amor e adoração da multidão - o que é uma coisa que totalmente admiro e invejo. O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingindo que estou me divertindo 100 por cento. Às vezes acho que eu deveria acionar um despertador antes de entrar no palco. Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente). Me agrada o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisitas que só dão valor as coisas quando elas se vão. Eu sou sensível demais. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que tinha quando criança. Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas eu ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia e uma filha que me lembra demais de como eu costumava ser, cheio de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. Mal posso suportar a ideia de Frances se tornando o triste, autodestrutivo e mórbido roqueiro que virei. Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque parece muito fácil se relacionar e ter empatia. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho. Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais a paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, Amor, Empatia.
Kurt Cobain

Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances. Pela vida dela, que vai ser tão mais feliz sem mim. EU TE AMO, EU TE AMO."

Esquecido pela própria morte

Era apenas uma noite fria desatada em choros; os gritos ecoavam pelo vazio, eram agonizantes e graves. Tudo isso em meio a uma floresta negra, com enormes árvores cercando o lugar que tanto amedrontava. Sentado entre a lama e uma cabana, estava o garoto que fazia o silêncio se romper; além dele, só se ouviam os ruídos de galhos se movimentando e, em alguns momentos, o vento uivante. Nem animais se via naquele lugar onde o menino se perdera – ou se achara.
O garoto tinha as duas mãos ocupadas: numa estava uma garrafa de vinho e noutra um cigarro, ambos já utilizados; ele estava bêbado, porém as palavras que ouvira momentos antes não o deixavam adormecer, nem sentir sono. Muita coisa aconteceu naquele dia, e desnorteado, o rapaz foi parar naquele lugar deserto que nem fazia ideia de como havia conseguido chegar.
“Eu odeio você, sua banda idiota, seus amigos infantis, seus fãs psicóticos. Odeio inclusive a mim, por ter estado com você por todo esse tempo. Odeio sua vida dispensável e frustrada, você é apenas mais um sociopata sonhador e idealista. Deixe-me em paz, para sempre.“ Essas foram as palavras proferidas por alguém a quem ele amou desde a infância, que cresceu com ele e sempre havia sido o amor de sua vida – ao menos era o que ele acreditava. Parecia insano que ele realmente tivesse ouvido tudo aquilo, mas ele mesmo acreditava em tudo o que ela dissera: ele se achava tudo aquilo, e tinha uma real e vigente frustração. Sua vida havia se tornado inútil, e ele já não conseguia levar alegria ou sentimento em sua música, pois estava vazio e insuscetível à própria dor. Ele havia perdido o amor pelas pessoas, por tudo o que conquistou... Sem exceções. Por último, perdeu sua amada. De que lhe valia viver? O gosto da emoção já não havia em sua essência, o sorriso que ele estampava era mais falso do que mercadoria informal. Sua vida se resumia ao passado, porque o resto estava morto, toda a sua vida de verdade se apagara, como uma simples chama que até o vento obscurece.
Naquele momento estonteante de lembranças, o rapaz tirou um papel do bolso e começou a ler freneticamente; estava certo do que queria fazer, e era o que já queria ter feito desde o início dessa sensação. Após completar a leitura, ele enfiou a mão no outro bolso e puxou uma arma prateada, de calibre desconhecido e disse “Estou indo para perto de ti, querido Kurt Cobain”. A cena que se seguiu foi extremamente dolorosa e violenta: o gatilho da arma foi puxado e rapidamente solto em direção à cabeça, e bastou apenas uma bala para que aquele indivíduo perdesse sua vida. A garrafa de vinho caiu e o vidro se partiu; tudo o que se via naquele lugar era vermelho: o vermelho do sangue, o vermelho do vinho.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A dor do fim

Amor: um sentimento inexplicável, complexo e estranho. Há quem diga que é um sentimento lindo – esse provavelmente está amando e vivendo feliz com alguém. Porém há quem diga também que é um sentimento doloroso, triste, depressivo... O que diríamos dessa declaração? Creio que concluam que este alguém sofreu por amor.
De toda forma, no início de um relacionamento só há espaço para felicidade: o casal demonstra carinho, devota atenção, ouve pacientemente o desabafo do outro, confia segredos, comete loucuras, ri de tudo. Neste momento, o amor é perfeito, os amantes são perfeitos, a vida é linda. Contudo, após um tempo as coisas podem mudar (é bem difícil não existir briga, desavença ou algo do tipo na vida de um casal), e então o que era o paraíso transforma-se num abismo; Em alguns casos, o único jeito que se encontra é o desvencilhamento total.
Os dois continuam se amando, mas não há jeito de se entenderem... É aí que entra a parte mais difícil: viver sem o outro. Sorrir sem a pessoa tão amada, se sentir leve, se sentir vivo! As lembranças perturbam, e na verdade, tudo a lembra. Ambos sentem-se rejeitados, não importa quem pôs um fim na relação; ambos fingem para o outro que estão bem, mesmo sabendo que não adianta mentir. Então os dois juram que não irão amar novamente, ou tentam desesperadamente encontrar outro colo, e tudo em vão, afinal ninguém é substituível. Ou melhor: ninguém os fará esquecer do seu amor, pois que é único, inigualável e perfeito até mesmo na imperfeição. Ficar sem aquele alguém é como estar sem você mesmo, é como estar morto, apenas existindo.
Depois que a dor da perda sara, há outra dor que perturba: a do recomeço. É a dor de saber que sua vida está seguindo sem aquele alguém do lado, é a dor de saber que sua vida perdeu a importância na vida do outro, que ele está seguindo bem sem sua companhia. É a dor de saber que aquele beijo não é mais dos dois, que aquele abraço não é mais confortante, que aquele amor não é mais seu. Que seu coração não pertence a ele, que você não pertence a ninguém.
É mais difícil porque não queremos esquecer ou seguir em frente, queremos permanecer com as lembranças, viver do passado! Insensato, porém compreensível. Acreditamos que o amor de alguém é necessário para viver, por isso sofremos, e nos perdemos em outra pessoa... Quando na verdade, nós pertencemos a nós mesmos, e podemos encontrar a felicidade sem depender de alguém. Outros amores virão, e tudo passará novamente, se quisermos, inclusive o amor

observação: Esse texto foi criado por mim, baseado na obra "A despedida do amor", de Martha Medeiros. O motivo foi uma "competição" de melhor escritor que aconteceu numa comunidade que frequento no fake; Resolvi postar aqui porque achei o texto dela interessante, e as conclusões que tirei estão no texto acima... Uma verdadeira inspiração. 

Um mundo esquecido

Sozinha. Solitária como um livro velho esquecido na estante, triste como uma criança que se perdeu dos pais; Com a sensação de que há algo perdido dentro de si, algo que a deixa vazia, como se fosse uma dor que já machucou tanto que parou de sangrar... Não por encontrar felicidade, e sim por ter deixado escorrer todo o sangue que ali havia. Era como não ter forças nem ao menos para sentir, muito menos para amar.
O céu lá fora não parecia ter cor, era apenas um negro que amedrontava, que deixava tudo a sua volta morto, frio e sem o mínimo de alegria... Era como estar em meio a um nada!
E ela permanecia naquele lugar sombrio, sem ter idéia de como voltar ao mundo “normal”, sem saber se ainda queria sair mesmo dali; aquele lugar lhe tirara tudo, e agora, de que valia voltar atrás? Todos os seus sonhos e alegrias tinham se esvaído junto com a cor daquele céu, junto com a vida daquele lugar; e só restavam os vestígios de dor... E o vazio.
As lágrimas naqueles olhos vermelhos já haviam secado, afinal não havia mais dor, mas a menina ainda contemplava o lugar como se estivesse triste; havia um lago bem próximo dali, e a água era como tudo o mais: morta, gélida, negra. A menina levantara e começara a caminhar, chegando cada vez mais perto do lago, como se quisesse cair naquele abismo.
Há muito tempo abandonaram-na ali, todas as pessoas que diziam amá-la, todas as pessoas a quem ela verdadeiramente amou... Quando ela mais precisou, ninguém estava ali para ajudá-la! E foi ali que ela começou a se perder, que ela achou que deveria ficar... Só não sabia o quão aquele lugar era doloroso e a faria sangrar das piores formas.
Aquele lugar trouxe à tona todas as lembranças que ela preferia não ter, todo o amor fingido que lhe davam, toda a felicidade perdida que ela tivera... E viu aquelas pessoas livres, sozinhas, e nem um pouco preocupadas com sua partida!
Então a menina havia ido para lá, sofrer sozinha, talvez em busca da verdadeira felicidade; mas era algo que aquele lugar jamais poderia te dar... Porque ali só havia o lado ruim de sua vida, algo que ela não conseguia superar.
A garota enfim alcançou o lago negro: seus pés tocaram a superfície gélida da água, e ela nem estremeceu, continuou firme, caminhando por entre as águas, indo cada vez mais fundo... Até que seu corpo todo estava submerso.
Dali ela podia ver todas as pessoas ao seu redor, e fogo sobre a água; aqueles a quem ela amou estavam queimando, enquanto ela estava afundando... Mas a menina sorria, mesmo sem alegria e sem emoção, ela sorria... E estava afundando cada vez mais, sem nada fazer para se salvar, ela queria afundar; Enquanto o lago a engolia, assim como o lugar fez com sua felicidade e com sua tristeza, ela sorria, e o mundo queimava.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Um alguém

Há algo a ser escrito, mas os papeis permanecem em branco, as vozes distantes, os gritos mudos, a cabeça sem idéias. Alguém pede socorro em silêncio, com lágrimas cristalinas caindo sobre a face que um dia recebeu vários beijos simultâneos. Esse alguém está sozinho, clamando por amor, carinho, atenção; mas ninguém está lá para ajudá-lo! Ele quer escrever uma carta e enviá-la a outro alguém que não sabe quem, de algum modo que não sabe qual... Mas não consegue escrever nada! Suas emoções estão abaladas, e apesar de chorar e sentir as dores da mágoa, ele permanece com o olhar fixo e frio para o papel, como se soubesse que não haveria pedido de socorro que o tirasse dali, que o resgatasse do lugar sombrio e cruel no qual se encontrava! Seus olhos vermelhos pareciam ter esquecido como ver, suas mãos pequenas pareciam ter esquecido como escrever, seu coração parecia ter esquecido como amar... E ainda assim ele continuava se sentindo magoado, sozinho, incapaz de continuar. Talvez ao invés de uma carta, ele quisesse escrever uma história bonita, que pudesse comover a todos os corações que sentissem a intensidade daquelas palavras, mas não sabia como fazê-lo! Ele não estava feliz e sua criatividade estava perdida em meio à tristeza e escuridão, só o que ele sabia era que não queria continuar daquele jeito... Frágil como uma rosa, duro como uma pedra.  Aquele mesmo alguém sempre quis levar alegria às pessoas, sempre quis contar histórias bonitas e comoventes, mas agora ele estaria levando tristeza a todos, pois que estaria contando a própria história.

 ps: Postado a pedido da minha Jéssica/Gê

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Capricorniana, 19 anos, um tanto tímida porém de personalidade forte. Tem pés no chão e paradoxalmente idealiza o mundo e tem um tanto de fé nas pessoas. Adora admirar as coisas simples, e as valoriza muito mais do que as coisas "compradas". É apaixonada pela escrita e não poupa palavras para dar sua opinião. Acredita que palavras têm um poder imensurável; acredita também que pode trazer, assim, um pouco de felicidade às pessoas. Sonhos? Possui muitos, e tenta realizá-los. Dá tudo por seus amigos, luta por sonhos alheios também. Seu grande sonho profissional é cursar psicologia - profissão pela qual é apaixonada desde criança; outros sonhos seus são conhecer os amigos virtuais e viajar pelo mundo. Preza a sinceridade e a generosidade. Gosta de estudar, conhecer, ver. Se sensibiliza com histórias espontâneas, dramáticas e que possuam essência. A magia de um conto, de uma música, lhe dá arrepio. Ah, e tem uma paixão forte por retratar vidas alheias, seja como prosa, seja como poesia.
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Escrever é como uma necessidade, para mim. É um sonho particular levar alegria ou algo de bom para as pessoas. Aqui consigo expressá-los poetica ou até mesmo grosseiramente, mas tudo isso tem um propósito. O que eu desejo é que as pessoas se conscientizem das coisas e que não percam a fé umas nas outras... Tento trazer paz, tento trazer amor, além de reflexão; aqui mesmo, neste cantinho! Pode parecer inútil, mas já é uma grande coisa. Entre, fique à vontade para ler, curtir, criticar e se expressar!

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