segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A menina que gostava de escrever

Eduarda tinha 16 anos, morava com a mãe - seu pai havia morrido há 5 anos, não tinha irmãos e vivia isolada, não tinha amigos por opção própria. Ela temia perder outra pessoa, como perdeu o pai, porque era o tipo de coisa que Eduarda não conseguia superar e por isso preferia se afastar de todos... para evitar o sofrimento. Como não tinha ninguém (não falava com a mãe, por mais que ela tentasse se aproximar), Eduarda passava o tempo lendo e escrevendo, eram as coisas que a menina realmente adorava fazer. Não ia à escola mas aprendia tudo sozinha com os livros e era muito inteligente. A menina ia à praia todas as tardes, pois o mar lhe trazia inspiração, e ficava ali até a tarde cair e a lua brilhar... era algo que a fazia sorrir e chorar ao mesmo tempo. Do outro lado das pedras, ficava um menino fazendo o mesmo que Eduarda: admirava o mar. Eduarda sabia todos os traços do menino, o observava discretamente ao longe e normalmente o colocava em suas estórias como um príncipe, porém nunca ousava sequer aproximar-se do garoto.
As estórias que a menina criava eram exatamente as coisas que ela queria viver, porém temia, por isto as deixava somente no papel. Eduarda chorava com as próprias estórias, se divertia com elas, com os personagens que criava... eram aqueles os amigos da garota. Ela sonhava com um príncipe encantado, sonhava com amigos fieis e leais, colocava o pai como heroi... e no final de tudo isto, a menina só chorava.
Um dia, Eduarda escreveu uma estória que era um misto de "Romeu e Julieta" com "Um amor para recordar", e quando foi chegando ao fim do conto que seria sufocantemente triste, a menina então percebeu que nem todas as histórias deviam ter um fim triste... que nem tudo tem que ser trágico e que as histórias podem ter fins felizes e bonitos, dependia apenas de quem escrevia a estória, de quem fazia a história! Então Eduarda modificou todo o capítulo do conto e o transformou em algo parecido com um conto de fadas, só que da vida real: com tristezas, alegrias, dificuldades, superação, entre outras coisas. A menina decidiu que iria dar um fim diferente a sua própria história, pois assim como manipulava seus contos, podia manipular a própria vida!
No dia seguinte, Eduarda foi à praia como fazia sempre, só que dessa vez ela iria fazer diferente: esperou o garoto chegar e fez-se perceber, fitou-o como jamais havia feito antes; O garoto então se aproximou, e eles ficaram ali, juntos, sem nada dizer... e o dia foi passando. Espontaneamente, as duas mãos se entrelaçaram e o que se seguiu disso foi um lindo beijo. Para os dois, foi algo mágico. Eles comunicaram-se com o olhar e depois começaram a conversar. Eduarda chegou em casa e beijou a mãe, dizendo que a amava, chorando de tristeza e felicidade ao mesmo tempo. Sua mãe espantou-se, abraçou-a e as duas choraram juntas.
Ali era apenas o começo da história mais linda que Eduarda já sonhou em escrever, porque era a sua história, era o começo da sua felicidade, do seu conto de fadas, e isto, não havia livro algum que pudesse retratar.

3 comentários:

Pamella Medeiros disse...

Aconchegante o teu cantinho (:
Obrigada pela visita, seguindo-te!

Beijo.

Thayara Cristina disse...

Gostei do texto, muito bonito!
Parabéns pelo blog!
Beijos!

Marcelo Sales disse...

Ow menina carinhosa, rapaz! hehehe. Sou nordestino e, portanto, falo assim: Tá muito massa esse blog! Divulgue-o mais, querida! Obrigado pela visita ao meu blog! Beijo!

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Lua (:
Capricorniana, 19 anos, um tanto tímida porém de personalidade forte. Tem pés no chão e paradoxalmente idealiza o mundo e tem um tanto de fé nas pessoas. Adora admirar as coisas simples, e as valoriza muito mais do que as coisas "compradas". É apaixonada pela escrita e não poupa palavras para dar sua opinião. Acredita que palavras têm um poder imensurável; acredita também que pode trazer, assim, um pouco de felicidade às pessoas. Sonhos? Possui muitos, e tenta realizá-los. Dá tudo por seus amigos, luta por sonhos alheios também. Seu grande sonho profissional é cursar psicologia - profissão pela qual é apaixonada desde criança; outros sonhos seus são conhecer os amigos virtuais e viajar pelo mundo. Preza a sinceridade e a generosidade. Gosta de estudar, conhecer, ver. Se sensibiliza com histórias espontâneas, dramáticas e que possuam essência. A magia de um conto, de uma música, lhe dá arrepio. Ah, e tem uma paixão forte por retratar vidas alheias, seja como prosa, seja como poesia.
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Escrever é como uma necessidade, para mim. É um sonho particular levar alegria ou algo de bom para as pessoas. Aqui consigo expressá-los poetica ou até mesmo grosseiramente, mas tudo isso tem um propósito. O que eu desejo é que as pessoas se conscientizem das coisas e que não percam a fé umas nas outras... Tento trazer paz, tento trazer amor, além de reflexão; aqui mesmo, neste cantinho! Pode parecer inútil, mas já é uma grande coisa. Entre, fique à vontade para ler, curtir, criticar e se expressar!

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